29/05/2016

Ninguém merece esta violência

Não há nenhuma desculpa no mundo que possa abonar as atitudes daquele grupo de anormais que violaram a jovem de 16 anos no Rio de Janeiro.
Só quem nasce e cresce num país onde a taxa de violação é mais do que elevada, sabe o que estou aqui a dizer. Ter de sair de casa todos os dias para ir à Escola, trabalho ou faculdade e ter de estar constantemente a olhar por cima do ombro para tentarmos garantir que nenhum tarado nos está a seguir é algo que só quem já viveu na 1.ª pessoa sabe o que significa.
A insegurança no Brasil não é vivida apenas dos roubos por esticão, assaltos à mão armada, violência de diversas formas e pivetes (miúdos de rua) que metem alguns dos mais famosos gangsters, no chinelo. 
Posso dizer que vivi a minha adolescência com medo...tinha pânico de ser violada como qualquer outra menina com a minha idade na altura, como qualquer mulher no Brasil. O medo é algo que se entranha dentro de nós perante algo que sabemos que não é bom, algo que não nos vai trazer boas experiências, algo que magoa, que faz doer, que pode aleijar seriamente o nosso corpo e que pode nos tirar a vida.
Tive uma colega da escola primária que levou um tiro no peito pois, no meio da madrugada acordou com um barulho estranho no quarto e deu de cara com um bandido.
Noutra ocasião foi num dia de alvoroço no bairro onde eu nasci e cresci que vi uma mulher morta e largada detrás de uma paragem de autocarro. Tinha vários tiros no corpo e estava deitada de barriga para baixo. 
Quando crescemos num ambiente deste género temos de criar algumas defesas e estarmos à frente daquilo que pode vir a acontecer. 
Como eu era uma medricas do caraças, andava constantemente a olhar para a minha sombra não fosse ser traída por um mero descuido. Por mais que eu tentasse relaxar era impossível. 
Até em casa passei a colocar nas janelas do meu quarto uma garrafas amarradas para fazerem barulho se alguém tentasse forçar a entrada e tinha um medo que me pelava de ir ao quintal à noite. Foram tantas vezes que ladrões tentaram entrar em casa dos meus pais que perdi a conta. Tínhamos 1 cão à frente de casa e outros 2 no quintal. Numa das vezes o ladrão queria entrar em grande pela porta principal da casa e não mediu esforços e levou uma cadela em pleno cio para entreter o Nero, nosso cão de guarda. Sem entrar em grandes detalhes o individuo teve azar mas tenho noção que podia ter sido muito pior para ele.   
Voltando à situação da jovem violada por 30 anormais no Rio de Janeiro, há uma coisa que eu sei e ninguém mudará o meu pensamento: 
O mundo estaria muito melhor se esta estirpe não existisse e até lá, deviam lhes cair as pilas aos pedaços, como se fosse lepra. E mais não digo.

28/05/2016

Dia dedicado à comunicação social

Na semana passada estive a acompanhar uma iniciativa dedicada à comunicação social e conheci alguns jornalistas impecáveis.
Aprendi a fazer um cocktail super fresco e muito bom para o verão.

                #fernandoalvim

23/05/2016

Hoje é o dia da Mãe

Mãe...
A gigantesca distância que existe entre nós é meramente factual e tentarei nunca mais te julgar por isso.
Devo entretanto, dizer-te muito claramente que não tens culpa de nada, ninguém tem e ao mesmo tempo todos temos, acho eu. Trato-te por tu porque é assim o tratamento que eu e as minhas filhas temos umas com as outras. É carinhoso, mostra proximidade e sobretudo, a grande e síncera amizade que nos une como mãe e filhas.
Demorei imensos anos e julgo que foram os suficientes para escrever esta mensagem. Foi preciso que eu percebesse que as famílias não são perfeitas como eu pensava que eram quando tinha 15 anos, que eu pudesse perceber que as mães, não são todas iguais mesmo que eu teimasse em querer que minha fosse como eu sempre sonhei que fosse.
Contigo aprendi a interiorizar aprendizagens pessoais que me foram muito úteis quando fui mãe e é exactamente por este motivo que depois de estar longe tantos anos (física e sentimentalmente) me sinto fortemente compelida em escrever esta mensagem.
Julgo que te farei feliz se te disser que me lembro de alguns momentos felizes na nossa vivência, eles existiram e sabes que mais? Eu fui muito feliz. Não me recordo da festa do meu 1.º aniversário, apesar de haver fotos que o comprovem mas, lembro-me já bastante crescida de me deitar no teu colo por alguns momentos e sentir o teu cheiro. Nunca mais me esquecerei, foi mágico.
Contigo aprendi que quando eu fosse mãe das minhas filhas, tinha de falar com elas sobre todos os assuntos. Nunca na vida iria permitir que elas soubessem da menstruação pelas colegas da escola, como eu soube, que tivessem vergonha ou medo de falarem de qualquer assunto mesmo sabendo que eu me ia passar da cabeça com algum disparate que tivessem feito, não conceberia não lhes dizer que as amo várias vezes por dia e ouvir da voz delas a mesma expressão e sentimento. Eu tinha de fazer diferente daquilo que me aconteceu, eu tinha de mudar o filme pois, doutra forma, eu estaria a repetir uma película gasta pelo tempo. Julgo que esta é uma das lições a que me propus viver quando escolhi ser tua filha e só agora sinto-me em condições de expressar o meu agradecimento pelo facto de tudo o que eu vivi contigo me ter ajudado a ter crescido como mãe, como pessoa. 
Até há pouco tempo eu não percebia a razão pela qual a nossa relação mãe/filha era tão estranha mas, agora percebo. Ambas tivemos de viver estas experiências para crescermos como seres humanos e para as nossas almas ficarem mais evoluídas.
Só consegui este género de aprendizagem porque prometi a mim própria ainda muito jovem que tentaria ser uma pessoa melhor, todos os dias da minha vida, custasse o que custasse. 
Eu tive medo, medo que a nossa realidade mãe/filha fosse única no mundo, medo da incompreensão, medo das opiniões dos outros, medo das aparências, medo de deixar passar a oportunidade para te dizer que apesar de te amar imenso porque és a minha mãe, não podia permitir que me magoasses mais...e sabes mãe, o sofrimento e a angústia acaba exactamente quando tem de acabar, no momento certo. 
Imagino que a tua infância não tenha sido fácil e não encontro outra explicação para tantas mágoas interiorizadas e tantos recalcamentos. Tenho pena que nunca tenhas tido a capacidade de desabafar connosco sobre aquilo que te apoquentou, teria sido muito mais fácil para todos nós. Teria sido menos penoso para ti...
Sou uma pessoa cheia de defeitos mas deves reconhecer que tentei, sempre, ser uma filha exemplar. Esta tentativa de agradar transformou-me numa pessoa muito exigente a nível pessoal, à procura da perfeição. É um defeito chato que não me permite levar a vida de forma descontraída. 
Tentei fazer com que tivesses orgulho em mim como criança, jovem, estudante, mulher e, sabes mãe, não viverei mais na sombra de uma ilusão, não me permito sofrer mais um dia sem dizer-te que também tu não mereces sofrer.  
Este ano perdi uma pessoa de quem eu gostava imenso e esta perda fez com que a minha perspectiva da vida se alterasse quase completamente.
Se calhar os meus irmãos não irão perceber patavina daquilo que aqui escrevo, dos sentimentos que carregam cada uma destas palavras mas, tenho a certeza que a mãe entenderá, tenho a certeza que sim.
Esta é uma conversa nossa e de quem souber interpretá-la de forma correcta. Não é uma conversa de cobrança, é na verdade um agradecimento pois, sou quem sou e agradeço-o com imenso orgulho a pessoa que sou, a ti, mãe.
Podemos ficar em paz uma com a outra? Se quiseres e te sentires confortável contigo própria, podes dizer baixinho só para o teu coração ouvir: Sim, filha. Podemos ficar em paz uma com a outra e sabes que mais? Eu te amo... 
Para mim seria suficiente.

22/05/2016

Estamos à tua espera

Eu, a Kika, favas com entrecosto, pimenta de cheiro (não é para meninos), arroz integral, salada da nossa horta, uma piscina e...felicidade!

Dia do Abraço

O melhor abraço é a esperança incondicional de vida. Estás a espera de quê para doares a tua medula? 
Um abraço é igual e ao mesmo tempo diferente de um aperto de mãos. 
Apertar mãos em sinal de cumprimentar alguém deve ser uma atitude com vontade e energia. Não é preciso arrancar a mão à outra pessoa mas é conveniente mostrar algum vigor. 
Abraçar é algo mais pessoal e mesmo nesta categoria há abraços diferentes. Não consigo abraçar devagarinho, de longe, quase sem amassar. Sou bruta e quanto mais gosto da pessoa que estou a abraçar mais aperto aquela alma para junto de mim. Tenho de sentir o coração, é karma bom. 

Horas de Partilha no facebook e versão papel

Desde que a sincronização automática acabou que tenho mantido alguma relutância em avançar com a página do Horas de Partilha na versão rede social mais visualizada no mundo. Enquanto antes eu tinha a sincronização automática e não me preocupava com este pormenor, agora tenho de lidar com 3 realidades diferentes. O blogue que existe desde fevereiro de 2010, a versão em papel que comecei a escrever este ano e cujos posts ficarão para as minhas filhas e agora, a versão facebookiana.