Portugal é um país envelhecido e, se dúvidas houvessem nesta matéria, deixaram de existir na semana passada quando soubemos através dos órgãos de comunicação social dos idosos que lamentavelmente, foram encontrados mortos dentro das suas próprias habitações.
Não é preciso tirar um curso superior para perceber que este país anda de mal a pior. É vergonhoso falar de envelhecimento da população quando não existem políticas consistentes para apoiarem as famílias a terem filhos. Para quem é muito rico ou muito pobre, esta questão, a da procriação, não se coloca nem por sombras.
Estas duas classes têm filhos e mais filhos. Para tal, basta serem férteis e, toca a andar.
Os muito ricos não têm problemas em pagar uma mensalidade média de 400,00 euros por criança numa creche qualquer do país e, os menos abastados, estes terão sempre a ajuda do Estado que só enxerga aquilo que quer ver e, em última análise, podem sempre recorrer às milhares de associações que abundam pelo país com a finalidade de os ajudar.
No meio desta situação, existe uma classe esquecida por todos. É a classe onde estou inserida assim como a maior parte das pessoas que conheço…a classe trabalhadora com ordenados que não chegam para aumentar a prole pela simples razão de que não há dinheiro suficiente para pagar os infantários, livros escolares, roupas, alimentação e a própria habitação. Felizmente ainda sou fértil e tenho um marido saudável, imensamente sexy e cheio de energia. Não nos falta vontade de ter mais um ou dois filhos porém, na actual conjuntura, temos de pensar cautelosamente nesta decisão. Se por um lado temos um forte desejo de contribuir para a nossa felicidade como casal com mais algumas crianças, por outro lado estaríamos a promover o rejuvenescimento de um Portugal envelhecido mas como em todas as questões, aqui também existe o contraponto. Para realizarmos o nosso desejo, eu teria de desistir da minha carreira profissional pela simples razão de que o dinheiro não iria chegar para sustentar toda família e para vivermos com a qualidade de vida que merecemos.
As pessoas, que diariamente fazem contas à vida e que não se podem dar ao luxo de fazer férias onde desejam, que se coíbem de ir jantar fora quando apetece, para conseguirem fazer um pé-de-meia; que aproveitam a época dos saldos porque de outra forma não há hipóteses de comprar coisas novas, que estão atentos às contas da electricidade, da água e afins, que pagam criteriosamente todos os impostos e mais alguns e que não sobem de categoria por causa das leis que os nossos governantes criaram é que são considerados, o mexilhão, o elo mais fraco…
Inverter a pirâmide etária, depende de objectivos de gestão bem delineados e, sobretudo, de tomadas de atitudes acertadas. Neste momento, neste país, isto é impossível. Tenho pena...
Fininha
ResponderEliminarGrandes elogios ..."marido saudável, imensamente sexy e cheio de energia"...
Bom tema mas a mensagem não faz "mossa" onde deveria. Não interessa.
Pipo
Meu lindo,
ResponderEliminarOs elogios são autênticos...
Como bem sabes a opinião de quem é o elo mais fraco nunca chega ao destino certo. De qualquer maneira e, apesar de eu não ser uma revolucionária, julgo que não nos devemos calar perante as mentes redutoras deste país.
Amo-te