19/03/2014

José de Alvarenga, o meu PAI

Sou Mãe e não sei o que é ser Pai contudo, sei exactamente o significado de ser filha. 
Tive um pai à antiga, daqueles que impunha grande respeito e limitava muito claramente a linha que separava nós, os filhos, dele. Não eram precisas muitas palmadas (só me lembro de uma ligeira palmada, muito ligeira...mas que doeu na alma)
Quando algum dos meus irmãos fazia alguma asneira e tentava fugir às responsabilidades, havia uma formação quase militar onde fazíamos uma fila indiana, do mais velho para o mais novo e lá íamos andando ao ritmo das bolachadas nas palmas das mãos (com chinelas havaianas), até que o "culpado" se pronunciasse. Nunca chegava à minha vez e, se chegava, aquele Senhor sabia que naquela palminha de mão tão minúscula, não cabia nada para além de beijinhos. Ele via a minha cara de assustada e dava-me uma palmadinha quase a pedir desculpas. Hoje, à luz da distância, tenho a certeza que meu pai sempre soube quem era o autor das diabruras. Ele sempre soube.
Já não vejo o meu pai desde 2012. Na última vez que estive com ele, soube-me tão bem, soube-me a pouco. Continuo a achar que o meu pai é um Homem lindo, super ponderado, carinhoso, amigo e muito querido. Está cheio de cabelos brancos; os poucos que lhe restam na cabeça, nos braços, nas pernas e até se me for permitido dizer, no coração. Tantos cabelos brancos, são simplesmente sinais de muita paciência e muita dignidade.
Achava que meu pai era perfeito. Com o passar dos anos pude verificar que ele é tal e qual todos os outros seres humanos, tem falhas e já cometeu erros e, isto faz com que ele seja ainda mais especial para mim. Ele é perfeito aos meus olhos e sempre o será.
Em determinados momentos da minha vida, senti tanto a falta do meu pai que julguei não ser capaz de superar os problemas com os quais me deparei no entanto, ultrapassei tudo sem sequer o preocupar com as minhas aflições.
As vicissitudes da vida permitiram-me olhar para o meu pai de uma forma realista ou seja, sem o encanto normal e completa cumplicidade que existe normalmente, nas relações entre pais e filhas. A leitura que faço daquilo que percepciono é substancialmente positivo. Tenho um pai cinco estrelas que apesar da distância está diariamente nos meus pensamentos. 
Pai, amo-te à Portuguesa e te amo à brasileira!

11/03/2014

Há noites assim

Na prévia das surpresas para as bodas de prata, eu e o maridão estivemos num restaurante completamente disponível para nós dois e mais ninguém. O cenário era tal e qual a cena de filme romântico, onde não faltou nadinha mesmo. Música ambiente só para nós, várias conversas, muita cumplicidade (habitual entre nós), gastronomia muito bem confeccionada, um chefe de cozinha e uma empregada de mesa à nossa inteira disposição. 
Acreditem se quiser...só posso garantir que aconteceu mesmo.