17/11/2016

A negação da perda

No dia em que eu soube que a minha avó tinha sido internada de urgência pensei que tudo ia correr bem. Em nenhum momento tive pensamentos menos positivos sobre a cirurgia ou o pós-operatório. Na minha cabeça, tudo ia correr bem.
Passei a noite numa conversa mental com Deus e os meus pensamentos eram todos de superação.
No dia em que recebi a mensagem, fatídica, de que ela não tinha resistido não queria acreditar. Olhei para todas as fotos que tinha dela e em nenhum momento, durante algumas horas, aquela perda parecia real.
Estranhei a minha "frieza" momentânea e desconhecida porque, sou a emoção em pessoa mas, não demorou muito tempo até eu ter sido assolada por uma tristeza profunda e por um choro que só de recordar, enchem-me os olhos de lágrimas.
Fiquei assim, a chorar, no meu posto de trabalho até à hora de ir embora. Tive de continuar a trabalhar com aquela dor no meu coração, tive de colocar óculos de sol para não assustar ninguém com os meus olhos inchados, tive de atender telefonemas e dar informações com o nariz entupido de tanto chorar...
Naquele dia, tive dois colegas de trabalho que vieram me dar uma palavra de conforto e ao final do dia, fui embora. 
Fui recebida pelo meu marido com o abraço de consolo mais forte que qualquer palavra.
Nesta noite antes de me deitar, tive uma experiência única com um ser voador branco, ao melhor estilo da Theresa Caputo...