14/10/2013

Aeroportos

Fotografia: Duarte Gomes
Domingo dia 06 de outubro, depois de ter deixado a minha filha no Instituto de Odivelas, apeteceu-me fazer uma surpresa à minha cara metade. Fiz-me ao caminho do aeroporto e estacionei o carro. Dirigi-me às chegadas para ver aquele que mais amo chegar de mais um dia de trabalho. Enquanto esperava, fiz aquilo que costumo fazer quando estou no aeroporto...observei as pessoas que ansiosamente esperavam por alguém. Aqueles momentos de espera, aquela visão muitas vezes ansiosa de quem espera ver chegar seus entes queridos ou amigos, é uma verdadeira demonstração da psicologia humana. Uns ficam sentados a ler ou a ouvir música, outros, ficam à porta das chegadas numa tentativa de serem logo avistados por quem chega. Aqueles que demonstram uma calma aparente, escolhem sentar no café que está mesmo à frente da plataforma das chegadas e ali, a beberem o seu café, não hesitam em manter o olhar direccionado para as dezenas de pessoas que chegam a arrastar os carrinhos com as malas. Em qualquer momento pode aparecer a pessoa que estão à espera.
Em 1989, vivi um momento único naquele aeroporto. Depois de mais de 10 horas de viagem, cheguei à Portela para dar início ao resto da minha vida. A emoção que vivi durante o voo até chegar aos braços do meu marido, foi algo que não consigo descrever por palavras. Eram tantas as emoções e os sentimentos que nos levaram aquele momento que nunca seria possível uma verdadeira reconstituição.
De facto os aeroportos são lugares de sentimentos. A dor da partida se mistura com a alegria da chegada e apenas quem vive estes momentos, sabem com clareza aquilo que me refiro.
...naquele Domingo amei te esperar no aeroporto, noutro registo está claro, porém, com memórias de uma vida inteira ao teu lado.

  

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